Quarta Criativa🦋 #14 dançando no escuro
Edição dedicada aos universos inexplorados✨
Ainda não conhece a newsletter Quarta Criativa da crisálida? Por que essa estrutura vai desbloquear sua criatividade? Tá aqui a estrutura explicadinha e lindinha só pra tu 💖
O Ovo: onde tudo é possível
(Se inspirar ou referências da semana)
🎥Filme: O Castelo Animado é um anime de Hayao Miyazaki (trailer não achei legendado) e conta uma história que combina o fantástico com o humano e fala sobre transformação, descobertas e o inesperado. Uma maldição transforma a protagonista, Sophie, em uma mulher idosa. Sua busca para quebrar o feitiço a leva ao encontro de Howl, um mago misterioso (meu grande crush 👀), e seu castelo mágico.
O filme nos lembra que o desconhecido pode ser assustador, mas também é onde encontramos beleza, crescimento e novos universos. Sophie descobre não apenas o que está ao redor, mas também partes de si mesma que nunca imaginou explorar.
O Castelo Animado é um lembrete de que nossas limitações podem ser portas para novos horizontes – só precisamos de coragem para atravessá-las. 🌌✨
🎶Música: Running With the Wolves (clipe) de AURORA (recomendei uma música dela na primeira edição da newsletter aqui) é um hino sobre liberdade, coragem e a reconexão com nossa natureza selvagem e instintiva. Pra inspirar tua curiosidade em busca de novos universos.🐺✨
🎨 Arte: KangHee Kim (@tinycactus) mistura o familiar com o impossível: uma reviravolta nas sombras projetadas por persianas. Conhecida por criar escapes visuais surreais, a artista brinca com limites e possibilidades, desafiando nossa percepção de realidade.
A imagem nos convida a enxergar além do óbvio e a explorar os universos escondidos no cotidiano – um diálogo perfeito com o tema desta semana. 🌌
A Lagarta: Pé no chão, raízes
(Se conectar)
Quantas vezes você deixou passar algo porque parecia simples demais para ser explorado? Talvez fosse um sabor comum, um pôr-do-sol que você viu de relance ou até uma ideia que você descartou sem se aprofundar.
A lagarta, com seus pés firmes no chão, nos lembra que a curiosidade começa naquilo que está ao nosso alcance. Não precisamos de algo grandioso para explorar o novo – só de um olhar atento.
Esta semana, se dedica a observar com atenção o que está à sua volta. O que você poderia redescobrir ou experimentar de forma diferente? Pode ser um caminho que você nunca percorreu, uma receita que parece estranha ou até uma pergunta que você nunca se permitiu fazer.
Toda criatividade começa na curiosidade.
O Casulo: Introspecção, reflexão
(Olhar pra dentro)
Esse final de semana, vivi algo que ainda estou tentando digerir – e não falo só de comida.
Fomos a um pequeno restaurante (aqui) em uma cidadezinha perto de Módena, aqui na Itália. Esse restaurante é de um chef que, Matteo, meu parceiro, já me falava há tempos como o criador da melhor comida que ele já provou. As expectativas estavam nas alturas e, ainda assim, não estavam nem perto do que senti ali.
A proposta foi simples: chegamos, dissemos quantos pratos gostaríamos e eles vieram. Sem menu, sem escolha. O único prato que é fixo é um tortellini de queijo com molho de morango e pó de café - o prato assinatura desse chef (o que o deixou famoso). Como isso poderia dar certo? Não fazia sentido pra mim. E, honestamente, depois de provar, continuo sem entender…só sei que comeria naquele lugar pro resto da minha vida.
Comemos seis pratos, cada um mais imprevisível que o outro:
almôndega com purê de jerimum;
o tal tortellini de morango;
gnocchi com molho de cogumelos, frutas vermelhas, kiwi e amêndoas;
risoto de pecorino, atum e melão;
frango empanado alla bolonhesa (enrolado em presunto de Parma com um creme de gorgonzola);
e, para finalizar,
um trio de sobremesas onde um sorvete caseiro de manjericão roubou a cena.
Eu não sabia que era possível sentir tantos sabores ao mesmo tempo. Cada mordida era uma dança: doce, salgado, azedo e amargo se encontravam de formas que eu nunca tinha imaginado possíveis – coexistiam em cada mordida. Não sou especialista em culinária, nem perto disso, mas o que senti naquele dia foi como abrir uma porta para um universo completamente novo.
Saí de lá não apenas impressionada, mas reflexiva.
Quantos universos estão à nossa volta, sem que nunca os exploremos? Não estou falando de lugares distantes ou culturas exóticas (isso vai além). Falo das coisas acessíveis, do que está potencialmente ao nosso alcance, ao nosso redor. Massa, queijo, morango e café sempre estiveram por perto, mas eu jamais imaginei que eles poderiam se encontrar dessa forma.
Na nossa vida, tendemos a nos aprofundar em algumas áreas específicas, definidas por nossos interesses, escolhas e histórias. Para mim, são a arte, a imagem, o autoconhecimento, a criatividade… Mas há tantos outros mundos inexplorados e, claro, não dá para abraçar tudo – não somos infinitos. Ainda assim, essa experiência me fez lembrar da importância do novo. Do inesperado. De abrir espaço para aquilo que não está no nosso radar habitual.
Quais universos inexplorados estão ao alcance de cada um de nós? Quais sabores, sons, histórias e experiências ainda não conhecemos porque nunca pensamos em combiná-los? Talvez seja impossível explorar todos os universos, mas podemos escolher um, de vez em quando, para nos permitir a experiência de nos perder – e nos encontrar – no novo.
Que essa seja uma semana de curiosidade, de abrir portas e experimentar o inesperado. Seja ele um prato, uma ideia ou uma sensação, que você se permita dançar com o desconhecido e, quem sabe, descobrir um universo que sempre esteve ali, mas que só agora você decidiu se abrir para a possibilidade dele. 🌱
A Metamorfose: A transformação, mudança
(Experimentar)
Esta semana, quero te convidar a praticar esse explorar do inesperado com intenção:
1️⃣ Seleção. Escolhe algo “simples” do seu cotidiano. Pode ser um ingrediente na sua cozinha, um objeto na sua casa ou até a paisagem do seu quarto.
2️⃣ Reinvenção. Brinca com combinações inusitadas: mistura o ingrediente com temperos improváveis, sobrepõe ideias, experimenta um uso diferente para esse algo cotidiano, se dá tempo pra viver a vista do seu quarto de um jeito inexplorado (de cabeça pra baixo? Pelos óculos de grau de outra pessoa? Por um copo cheio d’água?)]
O objetivo não é acertar, criar algo genial, revolucionar esse universo novo – é só descobrir o que pode surgir quando você combina o familiar com o inesperado.
A Borboleta: Voo, produção, realização
(Abrir as asas e voar)
Explorar novos universos é só o começo. Agora, é hora de transformar essa curiosidade em criatividade.
Mergulha mais fundo em algo “simples do teu cotidiano”. Pode ser o mesmo universo que você se propôs a explorar na Metamorfose ou outro (você pode até cultivar uma lista de coisas que você sempre achou “comuns demais” para explorar e ir, devagarzinho, tentando experimentá-las com mais intenção). Se inspira com sua expedição ao mundo novo e tira uma foto do que surgiu, ou escreve sobre o que sentiu, ou desenha, pinta, faz música… E compartilha o que criou com as pessoas que importam pra você!
Nesse dia, nas ruas de Olinda, eu encontrei um retrato dos destroços deixados da luta que, na época, eu batalhava dentro de mim. Minhas facetas, minha busca por mim mesma, minha vontade de falar…tudo contido dentro de um coração despedaçado:
Espero que essa semana você fique atentx pros universos à sua volta.
Bjs e até quarta que vem <3